O Valor de um título
Qual o valor de um título para um Clube de Futebol?
Sei que é praticamente impossível de responder, até porque existe uma escala de importância entre cada uma das competições: Campeonatos Estaduais, Copa Brasil, Brasileirão, Copa Libertadores, Recopa, Sudamericana, Mundial de Clubes, Copa Suruga, Copa Audi, etc... Mas com certeza o que ninguém tem dúvida ou que não há qualquer possibilidade de contestação é que um Clube somente cresce e se fortalece com títulos. Patrocínios ficam mais fáceis, o quadro social aumenta, a venda dos produtos licenciados explode e tudo gira em torno da glória de alguma conquista. Se esta conquista for uma Taça Libertadores da América ou um Mundial de Clubes da FIFA, o Clube passa a um patamar superior e por toda sua existência vai lucrar e tirar proveito deste novo status.
Iniciei com esta reflexão, porque já vimos vários possíveis títulos serem jogados pelo ralo abaixo, por falta de planejamento adequado e pela venda e/ou ausência de jogadores essenciais, em momentos considerados cruciais.
Qual torcedor do Inter não se lembra da perda da Copa Brasil de 2009, quando Nilmar não jogou a final contra o Corinthians, ou do fracasso no Mundial de 2010 após a desmobilização incompreensível do time após a conquista da Taça Libertadores daquele ano, incentivada pela gestão e pelo técnico, aliadas a venda do Tyson e do Sandro e ao inexplicável Banco do Giuliano e do Damião no jogo contra o Mazembe, ou ainda da desclassificação na Taça Libertadores, após a venda do Giuliano, aliada ao fato de não ter havido preocupação em renovar e qualificar o plantel.
Faço este pequeno histórico apenas para que façamos uma reflexão, o que custou ao Inter, além da perda do título e o prejuízo de imagem, termos perdido o Mundial de Clubes de 2010 e posteriormente sermos desclassificados precocemente da Libertadores de 2011, pelo Penharol e na de 2012, ontem pelo Fluminense?
Creio que muitos dirão que é um valor imensurável, afirmação com a qual concordo, mas podemos afirmar com certeza que o Clube deixou de arrecadar muitos recursos, de conseguir novos Patrocínios, perdeu premiações, não teve valorização do plantel e também não acontecerá à adesão maciça de torcedores com a qual o Clube contava para chegar aos 200 mil sócios até dezembro de 2012.
Embora não se conteste a grande administração que o Presidente Luigi vem realizando e que estas falhas transcendem a sua administração, grande parte destes prejuízos com certeza pode ser creditada a uma avaliação inadequada e/ou um planejamento falho por parte das Gestões do período e devem ser analisados e assimilados de forma Institucional pelo Clube, para que não venham mais a acontecer.
Um Clube de futebol pode ganhar ou perder, pois isto faz parte do jogo, não se exige vitórias sempre, mas alguns fracassos marcam mais, porque fica evidente que aconteceu pelo tipo de atitude do time, pela resposta de alguns jogadores em campo ou pela falha no planejamento realizado.
Após a eliminação do Mundial em 2010 veio a constatação, temos que reforçar a zaga, após a eliminação da Libertadores em 2011, foi dito que teríamos que trazer um zagueiro Xerifão, que tivesse boa estatura e que teria que impor respeito, nada foi feito e ontem na eliminação contra o Fluminense, embora o time tenha jogado grande partida, novamente perdemos por falhas gritantes de nossa zaga. Qual explicação lógica? Dois anos passaram e a Diretoria consciente de um problema pontual não tomou nenhuma providência,
Creio que a vida é uma eterna escola e analisando os erros do passado podemos planejar o presente de maneira adequada, visando evitar a incorrer em erros semelhantes no futuro.
Na realidade a mecânica do futebol é muito simples, mas extremamente difícil, pois depende de muitas variáveis funcionando ao mesmo tempo: Um planejamento adequado e uma gestão comprometida e coesa certamente leva a boas campanhas e possivelmente a títulos, os títulos são os meios de manter, buscar e manter mobilizada a torcida, a torcida é a mola mestra do Clube e possibilita demonstrar indicadores que permitem auferir maiores receitas e ter maior poder de negociação junto a patrocinadores, TV´s, etc...
Auferir maiores receitas possibilita ao Clube realizar maiores investimentos no futebol, visando buscar novos títulos, que acabarão sendo meios de divulgação de marca e fixação de nome do Clube na mídia, que trará como conseqüência a venda de mais produtos licenciados e a adesão de mais torcedores, que culminará com uma maior possibilidade de conseguir maiores patrocínios e receitas e assim esta roda deve ser mantida azeitada, para que gire infinitamente.
Cabe destacar que um grande Clube não pode deitar nos louros de uma conquista, nem tem tempo para comemorações de títulos. Logo após o término de uma competição, o foco já tem que estar voltado para a próxima e as comemorações e glórias da conquista realizada já fazem parte do passado, a torcida, ao contrário, esta vai e deve festejar um título por longo período.
Para o Clube e para os atletas, a comemoração é efêmera, se resume geralmente ao período e a noite da premiação, pois embora o título fique marcado na carreira do jogador e na história do Clube de forma indelével, para a Instituição e para os profissionais da área, no dia subseqüente à conquista, tudo tem que ser reiniciado e provado novamente.
E não são poucas vezes que os heróis de ontem se tornam os vilões de hoje, assim como os vilões de ontem, podem ser os heróis de hoje e podem vir a ser venerados e idolatrados amanhã e é isto que torna o futebol um esporte único e apaixonante.
No mais, embora o maior objetivo da temporada esteja perdido, nos restou à decisão do Gauchão no domingo e o Brasileirão que inicia este mês, competição na qual a torcida Colorada deposita muitas esperanças, pois há muitos anos aspira por mais um título nacional..
Como curiosidade e para quem gosta de estatísticas deixo alguns números sobre aproveitamento de treinadores nos últimos anos, referentes ao Gauchão e a Libertadores: Roth: Gauchão, 56%, e Libertadores, 87%; Falcão: Gauchão 67% e Libertadores, 44%; Dorival Junior: Gauchão 75% e Libertadores, 43%. (Se ganhar do Caxias no domingo, domingo chega a 77% de aproveitamento no Gauchão, se perder fica com 71%)
O Valor de um título
Reviewed by Redação
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15:33
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Meu caro Carlos!
ResponderExcluirResumiste em poucas linhas os poucos erros administrativos desta gestão atual. Estive pensando, talvez seja hora de um manifesto maior por parte de nossa torcida, forçando de um modo democrático uma busca por um zagueiro de nome mesmo, daqueles que chegam, vestem a camisa, cospem na pequena área e dali ninguém passa. Não podemos (nem devemos) mais ficar apenas acompanhando de fora as atitudes um tanto lentas por parte do setor do futebol colorado. Se estamos mal acostumados com tantos títulos e grandes nomes contratados, devemos persistir nesse pensamento. Não podemos 'amolecer'. O Inter precisa de nós para manter-se entre os maiores da América. Libertadores? Só voltarei a falar nisso no final do ano. Meu foco agora é o brasileirão. Essa também deverá ser a ideia de todos os colorados. Bola pra frente e crença em Deus.
Parabéns pela postagem.
Um grande abraço.
SEMPRE INTER!!
Julian Colorado
Grato pelo comentário Julian, hoje a Diretoria falou em prioridades de contratação, zagueiro, lateral e atacante, após a segunda bobagem do Jo que já provou não ter condições de pertencer ao plantel do Inter. Então não estamos tão errados nas avaliações.
ExcluirAbraço
Minossi
Em 2012 a Diretoria constatou que tinha carências e anda fez, em 2011 a mesma coisa, ontem embora reconhecendo carências o Luigi não garantiu trazer reforços, até afirmou que vão subir 3 ou 4 jogadores de base. Ora sabemos que no mínimo um zagueiro sem constetação é essencial, um lateral e alguém para o lugar do Damião se este for embora. Caso Sandro não fique tmabém tem que ter reposição adequada.
ResponderExcluirRoberto