Tarso já admite Copa do Mundo fora do Beira-Rio: ‘Tenho minhas dúvidas’
Governador afirmou que o Banrisul não fará concessões à construtora

O governador, no entanto, afirmou que o estado seguirá trabalhando para colocar o Beira-Rio nos jogos de 2014:
- Se a Copa será no Beira-Rio ou não, eu não sei. Tenho minhas dúvidas. Temos de fazer um esforço para ser no Beira-Rio. Mas o esforço que temos de fazer é para que a Copa saia aqui em qualquer hipótese.
Tarso reiterou que o Banrisul não correrá riscos para proteger a construtora. Segundo ele, um banco público não pode arcar com a obra de uma empresa privada.
- O Banrisul não pode aceitar transferência da responsabilidade. Seguimos normas, inclusive estabelecidas pelo Banco Central. Estamos tentando viabilizar, mas mais do que estamos fazendo só se o Banrisul bancar a obra com o dinheiro do povo gaúcho – disse.
O Banrisul não deu o aval para a liberação do financiamento de R$ 300 milhões, oriundos da linha de crédito especial da Copa, o ProCopa, do BNDES. A direção do Banco estatal descarta a possibilidade de conceder o empréstimo com as garantias que foram apresentadas no último mês.
“A construtora assumiu um compromisso lá atrás, ela nos procurou. E agora temos que ajudar a encontrar essa questão, esse impasse [de garantias financeiras] que eles afirmam. Seria injusto a gente colocar essa questão nos ombros do Banrisul. Ele pode até ajudar, buscar uma solução, mas logicamente não é compromisso de nenhum banco assumir isso”, disse o presidente do Inter, Giovanni Luigi, à Rádio Gaúcha.
Segundo a Andrade Gutierrez, o financiamento junto ao BNDES não foi obtido graças à recusa do Banrisul. O reflexo direto é mais um adiamento na assinatura do contrato com o Inter. E nada de obras no estádio.
Sem nenhuma máquina em ação há 248 dias, o Beira-Rio virou centro de uma celeuma, que envolve o Inter, a empreiteira, o banco do Rio Grande do Sul e o governador Tarso Genro. O político, aliás, corroborou a posição do clube.
“Não se pode aceitar a transferência da responsabilidade negocial, da responsabilidade de uma empresa privada que persegue, como deve fazê-lo, o lucro nos seus investimentos e transferir para um banco público. Essa foi a intervenção que fizemos e a orientação que eu passei para o presidente Túlio [Zamim, presidente do Banrisul] e que ele vai continuar exercitando”, disse Genro à Rádio Gaúcha.
Internamente, o Inter analisa alternativa para um possível fim de acordo com a Andrade Gutierrez. Oficialmente, nenhum dirigente do clube admite o caso, mas a morosidade do negócio com a construtora gera constrangimento e impaciência.
Definido como sede da Copa do Mundo de 2014, o Beira-Rio foi inaugurado em 1969 e tem orçamento previsto, pela Andrade Gutierrez, de R$ 330 milhões de reais. Nos planos, está a ampliação das arquibancadas, a construção de um edifício garagem e da cobertura do estádio.
Assim como o Inter, Fortunati também não vê o Banrisul na obrigação de liberar o financiamento solicitado pela empresa. O prefeito não cita culpados pelo não andamento das obras, mas admite que considera a postura da Andrade Gutierrez “preocupante”.
- É preocupante. Fico por aí – afirmou o prefeito, em contato com o GLOBOESPORTE.COM.
Fortunati mantém conversas com o Inter e com a Fifa. Também destaca que o Beira-Rio está em “azul” (em uma escala que vai até vermelho) para a entidade futebolística. De acordo com ele, não há um “drama” pela Fifa em relação as obras. Por outro lado, admite que o limite esteja ficado curto.
- Não há drama ainda, o Beira-Rio não está nem em amarelo. A reforma é simples, a cobertura não é exigência. A Fifa só exige um estádio de acordo com seus padrões – acrescentou Fortunati.
Tarso já admite Copa do Mundo fora do Beira-Rio: ‘Tenho minhas dúvidas’
Reviewed by Redação
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