Disputa pela última vaga na Libertadores é o retrato do Brasileirão
Algo que define bem o que foi o Campeonato Brasileiro deste ano é a disputa pela última vaga restante na Libertadores. São Paulo e Internacional vão para a rodada final como únicas equipes habilitadas à quarta colocação e, assim, a um lugar na competição continental. São duas equipes que não merecem estar ali, mas estão.
O São Paulo, que venceu o Figueirense no sábado, precisa apenas do empate contra o Goiás, no Serra Dourada, para ficar com a vaga na Libertadores. Ao Inter, que cedeu o empate ao Fluminense, só interessa a vitória contra o Cruzeiro no Beira-Rio, desde que o São Paulo perca para o Goiás.
Inter e São Paulo fizeram campanhas absolutamente irregulares, para dizer o mínimo. Ambos trocaram de treinadores no meio do campeonato – e o clube paulista abusou deste artifício. Ambos sofreram goleadas históricas de seus rivais: o Inter perdeu de 5 a 0 para o Grêmio; o São Paulo, de 6 a 1 para os reservas do Corinthians. Mais do que isso, os dois times tiveram um desempenho oscilante ao longo da competição, contando-se nos dedos as grandes atuações.
Mesmo assim, são eles que vão disputar a última vaga. Não vai ser o Sport, cuja recuperação nesta reta final não foi o suficiente. Não vai ser o Santos, que poderia abrir uma vaga via Brasileirão, mas acabou se desmobilizando em função da final da Copa do Brasil, o mesmo acontecendo – até mais gravemente – com o Palmeiras. Não vai ser o Cruzeiro, que experimentou uma escalada desde a chegada de Mano Menezes, mas não o bastante para brigar por essa vaga. Não vai ser tampouco do Fluminense, que caiu bruscamente com a pior campanha do segundo turno. A briga vai ficar mesmo entre São Paulo e Inter, que não são melhores que nenhum dos times citados neste parágrafo.
Dizer que o motivo é o “baixo nível do futebol brasileiro” é uma explicação possível, mas incompleta. Mais concretamente, essa situação se explica pelo fato de que a irregularidade e falta de planejamento são marcas da maioria dos clubes brasileiros.
Dirigentes agem ao sabor dos resultados, sem a mínima ideia do que estão fazendo. Vão de Aguirre a Argel, de Osório a Doriva, como se escolhessem entre almoçar numa churrascaria ou num restaurante vegetariano. Adoram falar em planejamento, mas raramente começam uma temporada sabendo como ela vai terminar.
O “crime” compensa. Manter uma ideia de futebol, um planejamento, um elenco e um treinador do começo ao fim da temporada é uma raridade no futebol brasileiro. E acaba não sendo necessário, como provam São Paulo e Internacional.
Por: Daniel Cassol - Futebol e outras Guerras
O São Paulo, que venceu o Figueirense no sábado, precisa apenas do empate contra o Goiás, no Serra Dourada, para ficar com a vaga na Libertadores. Ao Inter, que cedeu o empate ao Fluminense, só interessa a vitória contra o Cruzeiro no Beira-Rio, desde que o São Paulo perca para o Goiás.
Inter e São Paulo fizeram campanhas absolutamente irregulares, para dizer o mínimo. Ambos trocaram de treinadores no meio do campeonato – e o clube paulista abusou deste artifício. Ambos sofreram goleadas históricas de seus rivais: o Inter perdeu de 5 a 0 para o Grêmio; o São Paulo, de 6 a 1 para os reservas do Corinthians. Mais do que isso, os dois times tiveram um desempenho oscilante ao longo da competição, contando-se nos dedos as grandes atuações.
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Getty Images/ Reprodução Goal |
Mesmo assim, são eles que vão disputar a última vaga. Não vai ser o Sport, cuja recuperação nesta reta final não foi o suficiente. Não vai ser o Santos, que poderia abrir uma vaga via Brasileirão, mas acabou se desmobilizando em função da final da Copa do Brasil, o mesmo acontecendo – até mais gravemente – com o Palmeiras. Não vai ser o Cruzeiro, que experimentou uma escalada desde a chegada de Mano Menezes, mas não o bastante para brigar por essa vaga. Não vai ser tampouco do Fluminense, que caiu bruscamente com a pior campanha do segundo turno. A briga vai ficar mesmo entre São Paulo e Inter, que não são melhores que nenhum dos times citados neste parágrafo.
Dizer que o motivo é o “baixo nível do futebol brasileiro” é uma explicação possível, mas incompleta. Mais concretamente, essa situação se explica pelo fato de que a irregularidade e falta de planejamento são marcas da maioria dos clubes brasileiros.
Dirigentes agem ao sabor dos resultados, sem a mínima ideia do que estão fazendo. Vão de Aguirre a Argel, de Osório a Doriva, como se escolhessem entre almoçar numa churrascaria ou num restaurante vegetariano. Adoram falar em planejamento, mas raramente começam uma temporada sabendo como ela vai terminar.
O “crime” compensa. Manter uma ideia de futebol, um planejamento, um elenco e um treinador do começo ao fim da temporada é uma raridade no futebol brasileiro. E acaba não sendo necessário, como provam São Paulo e Internacional.
Por: Daniel Cassol - Futebol e outras Guerras
Disputa pela última vaga na Libertadores é o retrato do Brasileirão
Reviewed by Redação
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