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Ge relembra o imbróglio da reforma do beira-rio


Ainda não está completamente definido o imbróglio, mas ao menos esse fim de semana chega sob uma calmaria antes impensável em comparação ao último sábado. Em nota publicada no dia 25 de fevereiro, a Andrade Gutierrez foi além de despertar a dúvida dos torcedores colorados, ávidos por uma solução sobre o impasse das obras do Beira-Rio. Ao transferir a culpa do atraso da reforma ao Banrisul, a construtora indignou setores importantes do Rio Grande do Sul, levando inclusive a presidente Dilma Rousseff a agir.

Com essa turbulenta semana chegando ao fim, o GLOBOESPORTE.COM relembra passo a passo esses dias de tensão e que parecem ter encaminhado o reinício das obras do estádio colorado visando à Copa 2014. A reforma está parada há 253 dias, mas conseguiu agitar o estado mais do que a final da Taça Piratini, o primeiro turno do Gauchão, entre Novo Hamburgo e Caxias. Em dias sem jogos de Grêmio e Inter, a novela Beira-Rio supriu, e com sobras, a lacuna de uma decisão de campeonato em Porto Alegre.

25 de fevereiro - A construtora Andrade Gutierrez divulgou em jornais de Porto Alegre uma nota em que avisa estar pronta para assinar o contrato com o Inter. Segundo o texto, no entanto, a confirmação da parceria não aconteceu ainda porque o Banrisul não respondeu ao seu pedido de financiamento para a reforma do estádio. O Banrisul contesta a posição da empreiteira e diz que considerou a oferta insuficiente em relação às garantias dadas pelos investidores. O governador Tarso Genro isentou o Banrisul e devolveu a responsabilidade à empreiteira.

27 de fevereiro - Depois de dois dias de silêncio, finalmente o Inter dá uma posição oficial sobre o imbróglio. Assim como Tarso, o clube também isenta o Banrisul da culpa pelo não andamento das obras e pede uma nova “formatação” para o banco. A pressão iniciada após a primeira nota da AG repercutiu na Suíça, país-sede da Fifa, e fez o Inter prometer ao Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014 (COL) que até o fim desta semana conseguiria as garantias para a conclusão da reforma do Beira-Rio para o torneio no Brasil. Caso a promessa não seja cumprida, a entidade dará um prazo ao clube para resolver as pendências, ainda em março - mês que uma comitiva da Fifa voltará ao país para inspeção de obras. A construtora se posicionou novamente em nota oficial, afirmando que "há tempo hábil" para a conclusão das obras até a Copa.

28 de fevereiro - A  Andrade Gutierrez e o Banrisul se reúnem. O encontro foi frustrante: nada de acordo. O presidente do banco, Túlio Zamin, afirmou que as garantias oferecidas pela construtora são "absolutamente insuficientes". O prefeito Fortunati estabeleceu um prazo ao Inter e à Andrade Gutierrez antes de indicar outro estádio à Fifa: até 31 de março. Assim, a hipótese da futura Arena do Grêmio assumir o posto de sede do Mundial em Porto Alegre acirra a rivalidade Gre-Nal no estado. Sob pressão, Giovanni Luigi se mostra mais incisivo na cobrança à construtora. O presidente colorado exige mais garantias e cogita que a Andrade Gutierrez banque 100% da reforma. Surge ainda a informação de um plano B, negada pelo Inter, e que coloca um pool de empresas gaúchas disposto a prosseguir com a reforma.

29 de fevereiro - O Beira-Rio chega à simbólica, e preocupante, marca de 250 dias sem um único tijolo movido no estádio. A data também surge como decisiva no impasse. É quando a presidente da República, Dilma Rousseff, entra em cena sem pensar em plano B para a Copa do Mundo em Porto Alegre. A ordem vinda do Planalto é de que a Andrade Gutierrez e o Banrisul cheguem a um acordo para garantir o Beira-Rio como sede. Em nova reunião, construtora e banco seguem sem avançar nas tratativas. Mesmo sem evolução, a pressão de Dilma anima o Inter, que projeta definição até sexta-feira.

01 de março - De acordo com o Banrisul, no entanto, o cenário não permite comemorações. O presidente Túlio Zamin pondera que a Andrade Gutierrez ainda não conseguiu os novos investidores necessários. Do Palácio Piratini, surge mais um prazo, além do já estipulado pelo prefeito Fortunati. O secretário de Esportes, Kalil Sehbe, dá 15 dias para Inter assinar contrato com a AG.

02 de março - Parte de Tarso Genro a informação de que a Andrade Gutierrez vai apresentar garantias suficientes para que o Banrisul aprove o empréstimo. O governandor afirma ter conversado com o presidente da construtora mineira, Sérgio Andrade, por telefone. O mandatário do estado revelou que o executivo fez uma promessa, onde apresentará as garantias ao Banrisul aprovar o financiamento da reforma no Beira-Rio.

Mais tarde, em nota oficial, a construtora confirmou que conseguiu os "mecanismos financeiros" necessários para a liberação do empréstimo junto ao BNDES. Mas não é o fim, longe disso. Afinal, a Andrade Gutierrez precisa encontrar um banco e apresentar as garantias. Apesar de Tarso Genro ter confirmado uma reunião entre empreiteira e Banrisul, o presidente do banco não confirma contato algum para um eventual encontro.

Enquanto isso, no agitado bastidor do Beira-Rio, a direção marca reunião com a construtora para segunda-feira, em que deve ser definido o cronograma de obras. Luigi mantém cautela e externa certa preocupação até ver tudo posto no papel. Já o mais otimista presidente da Comissão de Obras Luís Anápio Gomes aposta no reinício dos trabalhos já na próxima semana. A conferir.

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