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Ídolos e Mitos


A vida sempre nos concede a chance de escolher o que queremos ser e como queremos ser conhecidos ou lembrados no futuro, esta decisão muitas vezes depende quase que exclusivamente de nós, embora por hereditariedade, sorte ou alguma razão que desconhecemos, alguns têm mais facilidade para se destacar e para conseguir alcançar seus objetivos, porque foram brindados com algum dom ou característica especial, que acabam moldando sua carreira e profissão.
Jogadores de futebol possuem uma carreira relativamente curta e todas as oportunidades devem ser analisadas e aproveitadas de modo intenso, não podem deixar passar ou relegar situações que podem ser únicas na vida.
Pela enorme concorrência, a história de cada um tem que ser forjada com muito sacrifício e determinação, craques de futebol que surgem como fulgurantes promessas em categorias de base acabam sendo um grande fracasso em outras categorias, jogadores que têm atuações excepcionais em alguns Clubes fracassam em outros ou na seleção, jogadores que tiveram histórias medíocres em seus Clubes de origem, passam a ser verdadeiros ídolos e passam a ser venerados em outros Clubes, o que explica isto?
Apenas que nada é definitivo, cada um tem o poder de mudar e moldar seu destino e sua trajetória. Esforço, dedicação, procurar fazer a diferença e ser a diferença sempre será à base do sucesso ou do fracasso, tanto na área esportiva como na vida normal.
Não se pode ser apenas uma pessoa comum, não se pode ser apenas mais um, temos que buscar fazer as coisas iguais de modo diferente, pois alguém já disse: - “se continuarmos seguindo pelo mesmo caminho já trilhado, acabaremos chegando sempre em locais conhecidos!”
Nos 102 anos de história do nosso Inter, tivemos milhares de jogadores que passaram pelo Clube, alguns nomes simplesmente não deixaram marcas por terem atuações discretas, tivemos muitos que se destacaram e chegaram à categoria de ídolos, mas foram pouquíssimos que passaram a fazer parte da seleta categoria de mitos, aqueles que se confundem com o nome da Instituição e que pelas suas façanhas passaram a ter o nome marcado de forma indelével a ferro e fogo, na vida da Instituição e na memória dos torcedores.
O que define um Ídolo ou mito? Qual a diferença? O que fazer para atingir este status?
Creio que não é uma questão de buscar, é uma questão de ser, de aproveitar a oportunidade, o momento, um Ídolo é um atleta que por seu comportamento, atuação, dedicação ao Clube e identificação com a torcida é objeto de adoração, é uma pessoa a quem se atribui muito respeito e veneração, o Mito é aquele atleta que faz a diferença, que ficará para sempre na história e na vida do Clube, são atletas que marcaram por seu comportamento, dedicação e que aproveitaram as oportunidades surgidas, propiciando situações, momentos e conquistas quase que insuperáveis.

Na história recente do nosso Inter, tivemos dois exemplos bem distintos de comportamentos. No Mundial do Japão em 2006, o time Colorado foi desacreditado, era tido como zebra absoluta e com muita superação, garra, vontade de vencer e raça fizeram o que todos julgavam impossível, aproveitaram uma oportunidade única e voltaram com o título Mundial e com a glória absoluta.

Em 2010, no Mundial em Abu Dhabi o time colorado foi ao mundial como favorito, carregado nos ombros de milhões de almas vermelhas e se mostrou apático, displicente e sem alma.  O grupo jogou fora uma oportunidade que muito poucos têm, além de perder a oportunidade de fazer parte de uma seleta elite de jogadores Campeões do Mundo.  
Até hoje se buscam explicações para o fracasso, planejamento inadequado, preparação insuficiente, insuficiência técnica, isto nunca poderá ser respondido, mas já não importa pelo que se viu dentro do gramado, o grupo não merecia vencer.

O que importa é o que ficou na estatística, o Grupo fracassou. Também ficou registrada na história o que cada situação causou aos envolvidos, o Grupo de 2006 entrou definitivamente na história do Clube e seus nomes serão lembrados e venerados por todas as gerações de Colorados, enquanto o grupo de 2010 voltou com a marca de perdedor, com a necessidade de explicar porque foram desclassificados no primeiro jogo para um time infinitamente inferior e de justificar o injustificável, tentando explicar ao torcedor porque foi um time sem alma e sem paixão.

A idéia de escrever sobre este assunto surgiu depois ver o sofrimento e a paixão da nossa maravilhosa torcida nas arquibancadas do Beira Rio, apoiando e acreditando sempre, mesmo nos momentos mais adversos, pois a torcida Colorada é uma torcida diferente, não torcemos apenas pelos títulos ou pelas vitórias, torcemos por amor, torcemos porque escolhemos ser Colorados e pelo amor a cor vermelha.
Veneramos a camisa e a história do nosso Clube e isso nos faz ser colorados, o importante para nós é que quem vista a nossa camisa demonstre raça, amor e respeito ao Clube e à torcida, não queremos que tentem explicar o inexplicável, nem medir o imensurável ou tentar tocar o intangível, queremos apenas raça, determinação e garra.
O Inter cresceu na última década, se agigantou como Clube e como Instituição e nos acostumou a ganhar tudo, dizer isto não é pretensão ou arrogância, é apenas uma constatação do que tem acontecido.
Para nós pouco importa se o jogo é pela Libertadores, pela Copa do Brasil, pelo Brasileirão ou pelo Gauchão, não estamos nem ai se o adversário é de primeira ou segunda divisão, o que nos importa é que é jogo do Inter e isso, pra nós é vida!
Seja contra o Boca ou o Barcelona, seja contra o Íbis ou o Arranca Toco, queremos garra e dedicação, não exigimos vitórias sempre, somente raça, garra, vontade de vencer e respeito à camisa vermelha, isto exigiremos sempre e nestas condições, sempre que o Inter for para a guerra, terá uma nação de guerreiros colorados ao seu lado, demonstrando seu amor, apoio, determinação e fidelidade, na vitória ou na derrota.
Percebi que ao longo dos anos vamos ganhando consciência crítica, sabedoria e experiência e vamos aperfeiçoando as nossas formas de ver o mundo, nos tornando mais seletivos. Nesta seleção natural, os mitos têm um lugar especial e estarão sempre em nossa memória, pois os mitos são eternos, são especiais, os demais não têm a mesma magia, e são efêmeros, são como fogos de artifício que tem um brilho fugaz, podem fazer muito barulho, mas se extinguem com o tempo.
Não citei nomes, pois poderia esquecer alguém e fazer injustiça, também porque na realidade este aspecto não era o foco do comentário, mas com certeza toda torcida sabe de cor quem são os Ídolos e Mitos da História Colorada.

Carlos Minossi - Blog Rádio Colorado
Ídolos e Mitos Ídolos e Mitos Reviewed by Redação on 14:00 Rating: 5

4 comentários

  1. Fantástico texto, emocionante e diz uma grande verdade.

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  2. Mitos são eternos e para mim, como mito, coloco Falcão, Manga, Figueiroa, Fernandão, D´Alessandro, Iarley, Abel, Minelli. Perdão se esqueci alguém.

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  3. Sou suspeito em falar porque somos amigos, mas esas escrevendo cada vez melhor, quem sabe não teremos ai um novo colunista da Zero Hora.
    Fraternal abraço

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